10 junho 2017

Meu mundo em cores #2

As feiras medievais, que se estendem durante todo o Verão, são sítios estupendos para recolher cores, cheiros e sabores. 




07 junho 2017

Demónios


Tenho uma doença. Nunca o admiti tão claramente como o estou a fazer agora. Tenho uma doença algures em mim, que me distorce a realidade e me impede de ser totalmente plena. Mais do que a minha casca imperfeita, contra a qual luto há quase 18 anos, e com a qual já devia ter aprendido a viver por esta altura, tenho em mim um demónio interno, que me puxa e me pisa e me magoa.

Ontem vi-o. Pela primeira vez, vi-o. Ali, sem mais, à minha frente reflectido no espelho, reflectido em mim.

Olho-me ao espelho e detesto-o. Ao demónio, a mim, à casca... queria que ele me deixasse em paz, que parasse de me matar aos bocadinhos. Pisco os olhos por um segundo e o mundo gira. Já não há demónio. Em vez disso vejo-me a mim, sem demónio, com outra casca.... esta casca não me parece tão má assim! Pisco de novo e o demónio regressa. Não suporto mais viver assim, com a visão distorcida, sem saber o que é real. Que casca é a minha? Preciso da verdade, preciso de me encontrar. Preciso que o espelho pare de torcer e distorcer de cada vez que me encaro.

Tenho uma doença. Nunca o admiti tão claramente como o estou a fazer agora. Tenho uma doença e não sei como lidar com ela. Não sei como lidar comigo.

Imagem: fresco do Solar dos Zagalos (Sobreda)

02 junho 2017

Saudades minhas

Tenho sentido saudades loucas de me transpôr em palavras. Toda eu sentimentos, toda eu emoções e sem conseguir deitar nada cá para fora. Acumulam-se as camadas de memórias e começo a transbordar. Se calhar é hora de me voltar a reportar por escrito, nem que seja só para arrumar a casa e assentar pensamentos.

Não devia haver um limite, uma escala, para sentirmos as coisa? Chegávamos ao 100 e pronto, parávamos com lamechices até haver novamente espaço vazio. Estou com problemas de logística. Tenho de me reordenar.

Mais tarde. Agora vou ser feliz na Feira do Livro.